A intoxicação alimentar cresce durante o período de Natal e acende um alerta para quem vai encarar ceias fartas, reuniões em família e buffets. O aumento acontece por uma combinação clássica: grandes volumes de comida, preparo antecipado, aves cruas e cuidados de higiene que acabam relaxados no clima de festa.
Peru, geladeira cheia e pressa: a fórmula do problema
Especialistas explicam que aves cruas, como peru, são os principais vilões da ceia. Bactérias como salmonella e campylobacter aparecem com frequência nesses alimentos e podem causar náuseas, vômitos, diarreia e febre. Embora muitos casos sejam leves, o risco cresce para crianças, idosos, gestantes e pessoas com imunidade baixa.
Outro erro comum é ignorar datas de validade. No Natal, as compras são feitas com antecedência e a geladeira vira um jogo de Tetris. Alimentos vencidos, embalagens estufadas ou com cheiro estranho devem ir direto para o lixo, mesmo que “pareçam bons”.
O preparo também pesa. Cozinhar aves ainda congeladas ou mal descongeladas favorece o cozimento desigual e permite que bactérias sobrevivam no centro da carne. Lavar o frango ou o peru antes de cozinhar, hábito comum, só piora a situação, pois espalha microrganismos pela pia, mãos e superfícies.
Para evitar sustos, a regra é clara: ave bem passada. A carne só é segura quando atinge pelo menos 75 °C na parte mais grossa. Rechear o peru aumenta o risco, já que o calor pode não chegar ao centro. Por isso, cozinhar o recheio separado é a opção mais segura.
A higiene da cozinha também entra em jogo. Lavar as mãos após manusear alimentos crus e higienizar facas, tábuas e bancadas ajuda a cortar a contaminação cruzada. Quem estiver com vômitos ou diarreia deve passar longe do fogão, especialmente se for preparar comida para outras pessoas.
As sobras da ceia exigem atenção extra. Elas devem ser refrigeradas em até duas horas, com o refrigerador entre 0 °C e 5 °C. Fora da geladeira, algumas bactérias se multiplicam rapidamente. O ideal é consumir as sobras em até dois dias ou congelá-las.
Comer fora também traz riscos. Uma parcela significativa dos casos de intoxicação alimentar está ligada a restaurantes e buffets, onde os alimentos ficam expostos por mais tempo. Pratos quentes devem ser mantidos acima de 60 °C, e os frios, refrigerados. Se a ceia virar “marmita”, o cuidado precisa dobrar.
