O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, prometeu na quinta-feira (18/12) uma repressão ao discurso de ódio após um ataque a um evento de feriado judaico na praia de Bondi, em Sydney, enquanto a mais jovem das 15 vítimas era enterrada.
Abelhas amarelas de brinquedo cobriram o caixão de Matilda, de 10 anos, que foi lembrada como um “raio de Sol” que adorava animais e dançava.
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O nome do meio de Matilda era Bee (abelha), o que atraiu os participantes a usarem adesivos de abelha e levarem brinquedos e balões com tema de abelha, enquanto alguns usavam amarelo. A família de Matilda pediu à mídia que não usasse seu sobrenome.
“O trágico, totalmente cruel e insondável assassinato da jovem Matilda é algo para todos nós como se nossa própria filha tivesse sido tirada de nós”, disse o rabino Yehoram Ulman.
“Matilda cresceu como uma criança, amando o que as crianças amam. Ela amava o ar livre, os animais. Ela ia à escola, tinha amigos e todos gostavam dela.”
Os supostos atiradores, pai e filho, abriram fogo enquanto centenas de pessoas celebravam o Hanukkah na famosa praia de Bondi, em Sydney, no domingo. O ataque, que chocou a nação e gerou temores sobre o aumento do antissemitismo, parece ter sido inspirado pelo Estado Islâmico, segundo as autoridades.
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A fila do lado de fora do salão onde o funeral de Matilda foi realizado ao meio dia nos subúrbios do leste de Sydney se estendeu pela rua. Muitas pessoas que não conseguiram entrar assistiram em um telão do lado de fora.
GOVERNO PROMETE AÇÃO CONTRA DISCURSO DE ÓDIO
Albanese disse que o governo buscará introduzir uma legislação que facilite a acusação de pessoas que promovem discurso de ódio e violência.
As deliberações serão aumentadas, o cancelamento ou a recusa de vistos será facilitado e será desenvolvido um regime para atingir organizações cujos líderes se envolvem em discursos de ódio, segundo ele.
“Os australianos estão chocados e irritados. Eu estou irritado. É claro que precisamos fazer muito mais para combater esse flagelo maligno”, disse Albanese em um coletivo de imprensa anunciando as reformas.
O governo de Albanês afirmou que denunciou consistentemente o antissemitismo nos últimos dois anos. Ele aprovou uma legislação para criminalizar o discurso de ódio e, em agosto, expulsou o embaixador iraniano após acusar Teerã de dirigir dois ataques incendiários antissemitas nas cidades de Sydney e Melbourne.
Por Reuters
