A culinária italiana foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pelo comitê intergovernamental da UNESCO. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (10/12), marcando a primeira vez que toda a tradição gastronômica de um país recebe esse status, em vez de apenas um prato específico, produto ou técnica culinária.
O reconhecimento engloba diversos elementos da gastronomia italiana, como a dieta mediterrânea, os pizzaiolos napolitanos, a extração de trufas, as vinícolas e as tradicionais pastas. Anteriormente, a UNESCO havia concedido títulos semelhantes à alta gastronomia francesa, ao washoku japonês, ao kimchi coreano e à culinária de Michoacán, mas nunca à totalidade da tradição culinária de uma nação.
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O processo teve início em 2019, com a publicação do documento “Culinária Italiana: Entre Sustentabilidade e Diversidade Biocultural” pelo Escritório do Ministério da Cultura da UNESCO. Este material fundamentou o dossiê que embasou a decisão oficial.
Várias organizações dedicadas ao estudo e à prática da culinária italiana apoiaram o processo de reconhecimento, incluindo a Academia Italiana de Culinária, a Fundação Casa Artusi e a revista La Cucina Italiana, entidades que trabalham na preservação deste patrimônio cultural há décadas.
O dossiê apresentado não destacou pratos específicos, mas enfatizou o conceito de uma “cozinha de afeto” praticada na Itália. O documento ressalta a diversidade culinária italiana, considerando tanto ingredientes quanto técnicas de preparo.
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A tradição gastronômica italiana caracteriza-se por elementos como a comida compartilhada, rituais gastronômicos, seleção cuidadosa de ingredientes, respeito pela sazonalidade dos produtos, reuniões familiares e transmissão de conhecimentos entre gerações.
Com esta designação, a UNESCO determina que a culinária italiana deve ser defendida e salvaguardada como parte importante do patrimônio cultural mundial.
De acordo com a Convenção de 2003, a Itália assume o compromisso de inventariar e proteger essa prática cultural junto às comunidades que a mantêm viva: famílias, chefs, produtores e associações. Isso inclui apoio a pesquisas, educação alimentar, projetos escolares, museus gastronômicos e arquivos de memória culinária.
A Itália deverá apresentar um relatório à UNESCO a cada seis anos, detalhando as medidas adotadas para transmitir esse patrimônio às futuras gerações, garantindo a continuidade desta tradição cultural.
