Militares dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam um navio petroleiro próximo à costa da Venezuela nesta quarta-feira (10). A operação foi confirmada pelo presidente Donald Trump durante evento com empresários na Casa Branca, embora ele não tenha fornecido detalhes específicos sobre a ação.
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, divulgou posteriormente um vídeo da apreensão e explicou que a operação cumpriu um mandado judicial. Segundo Bondi, o navio transportava petróleo sancionado da Venezuela e do Irã.
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Trump, ao mencionar a operação, apenas afirmou que ela aconteceu “por uma boa razão”, sem detalhar as motivações específicas para a interceptação.
De acordo com fontes anônimas citadas pela emissora americana CBS News, a embarcação apreendida seria o petroleiro “The Skipper”. O navio estaria sob sanções americanas desde 2022, conforme as mesmas fontes.
A procuradora Bondi afirmou que “há vários anos, o navio-tanque está sob sanções dos Estados Unidos devido ao seu envolvimento em uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras”.
A apreensão ocorreu em águas próximas à Venezuela, mas o local exato da interceptação não foi divulgado oficialmente. O governo americano também não informou sobre a bandeira do navio, seu destino final ou a quantidade de petróleo transportada.
A Venezuela exportou mais de 900 mil barris de petróleo por dia no mês passado, atingindo a terceira maior média mensal de 2025 até o momento. Esse volume foi alcançado graças ao aumento nas importações de nafta pela estatal PDVSA, usada para diluir a produção de petróleo cru venezuelano.
A CBS News reporta que o governo Trump considera realizar operações semelhantes no futuro. A apreensão acontece em um contexto de reforço militar americano na região do Caribe, incluindo o deslocamento de um porta-aviões, caças e milhares de soldados.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro criticou o que chamou de “intervencionismo” dos EUA durante evento em Caracas nesta quarta-feira, sem mencionar diretamente o incidente com o petroleiro. “Da Venezuela, pedimos e exigimos o fim do intervencionismo ilegal e brutal dos Estados Unidos, basta de políticas de mudança de regime, golpes de Estado e invasões no mundo. No more (não mais) Vietnã. No more Somália. No more Iraque. No more Afeganistão. No more Líbia. Basta de guerras eternas e imperiais”, declarou Maduro.
Washington justifica o aumento de sua presença militar na região como parte de operações de combate ao tráfico de drogas. O governo venezuelano afirma que o objetivo seria derrubar Maduro e o regime chavista. O mercado reagiu à notícia da apreensão com alta nos preços do petróleo, que haviam começado o dia em queda.
