A Casa Branca determinou que as Forças Armadas dos Estados Unidos concentrem esforços quase exclusivamente no cumprimento da chamada “quarentena” da Venezuela, estratégia que reforça o bloqueio a petroleiros ligados ao governo de Nicolás Maduro. A ordem foi confirmada nesta quarta-feira (24/12) por um funcionário americano ouvido pela Reuters, em meio ao aumento da tensão no Caribe.
Pressão econômica antes de ação militar
Segundo autoridades dos EUA, apesar de opções militares continuarem “na mesa”, a prioridade do governo Donald Trump é intensificar a pressão econômica, usando sanções e apreensões marítimas como principal ferramenta. A avaliação em Washington é de que o impacto financeiro pode forçar concessões políticas sem escalar para um confronto direto.
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Na prática, isso significa mais vigilância naval e menos discurso diplomático. Desde o início do mês, Trump determinou um bloqueio total a petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela, numa tentativa clara de sufocar a principal fonte de receita do regime.
Petroleiro na mira e operação delicada
No centro da operação está o navio Bella 1, perseguido desde domingo (21/12) e que se recusou a ser abordado pela Guarda Costeira dos EUA. Para apreendê-lo, Washington aguarda reforços de helicópteros e de equipes especializadas capazes de abordar embarcações por rapel, uma manobra digna de filme — e que já virou vídeo oficial do governo.
A situação expõe um gargalo: diferentemente da Marinha, a Guarda Costeira tem poder legal para apreensões, mas conta com recursos limitados para operações prolongadas em alto-mar.
Bloqueio já deu resultado — e reação internacional
Nas últimas semanas, dois petroleiros ligados à Venezuela já foram apreendidos. As ações, porém, provocaram reação de Rússia e China, que acusam os EUA de violar o direito internacional e impor sanções unilaterais.
Mesmo assim, o recado de Washington é direto: a quarentena não é simbólica. É operacional. E tende a ficar mais dura nos próximos dias.
