A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta sobre a possibilidade de um terremoto de grande magnitude atingir o norte do país até a próxima semana. O aviso foi divulgado nesta terça-feira (09/12), após um tremor de 7,5 graus na escala Richter que sacudiu a região de Aomori na segunda-feira (8). Este é o primeiro alerta desta categoria desde que o sistema foi implementado em 2022.
O terremoto que motivou o aviso ocorreu às 23h15 no horário local (11h15 no horário de Brasília), a 50 km de profundidade e aproximadamente 80 km da costa de Aomori. O abalo deixou 30 pessoas feridas e forçou a evacuação de milhares de residentes.
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As autoridades japonesas temem a ocorrência de um tremor de magnitude 8 ou superior como consequência do abalo registrado. O alerta se concentra especialmente nas áreas da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, próximas a Hokkaido.
O governo japonês estabeleceu um escritório de resposta dentro do centro de gerenciamento de crises da primeira-ministra e convocou uma equipe de emergência para lidar com a situação. Ordens de evacuação foram emitidas para cerca de 90 mil moradores, conforme informado pela agência Reuters.
Aproximadamente 2.700 residências na província de Aomori ficaram sem energia elétrica após o tremor. A companhia East Japan Railway suspendeu alguns serviços ao longo da costa nordeste do país.
O epicentro do terremoto foi localizado em uma área que faz parte do “Anel de Fogo do Pacífico”, zona de intensa atividade sísmica que circunda o Oceano Pacífico. O Japão registra cerca de 1.500 terremotos anualmente, sendo um dos países mais propensos a estes eventos no mundo.
Na escala Richter, utilizada para classificar tremores, os abalos podem variar de 0 a 10, com possibilidade de valores superiores. O maior terremoto já registrado na história ocorreu no Chile em 1960, com magnitude 9,5.
No início de 2025, o comitê de investigação de terremotos japonês estimou uma probabilidade entre 60% e 90% de que um megaterremoto ocorra na Fossa de Nankai nos próximos 30 anos. Este evento poderia causar danos bilionários e vitimar centenas de milhares de pessoas.
Após o alerta, a empresa Tohoku Electric Power informou que não foram detectadas irregularidades em suas usinas nucleares de Higashidori e Onagawa. Nenhuma anomalia foi identificada na usina nuclear desativada de Fukushima, segundo informações fornecidas à Agência Internacional de Energia Atômica.
Morikubo Tsukasa, funcionário do gabinete da primeira-ministra para preparação para desastres, declarou à agência japonesa NHK: “Com base nas estatísticas de terremotos que ocorreram em todo o mundo até o momento, existe a possibilidade de um terremoto de grande escala, com magnitude igual ou superior a 8, ocorrer ao longo da Fossa do Japão e da Fossa de Chishima, perto de Hokkaido, como consequência do terremoto da noite de segunda-feira”. Ele acrescentou: “Não há certeza se um terremoto de grande escala realmente ocorrerá. No entanto, todos devem atender ao alerta e tomar precauções para proteger suas vidas.”
A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, orientou a população em um pronunciamento: “Reforcem seus procedimentos diários de preparação para terremotos, como garantir que seus móveis estejam seguros, e preparem-se para evacuar imediatamente caso sintam tremores.”
O secretário-chefe do gabinete, Minoru Kihara, afirmou: “Estamos fazendo todos os esforços para avaliar os danos e implementar medidas de resposta a desastres, incluindo operações de resgate e socorro.”
O tremor gerou alertas de tsunami, posteriormente cancelados, embora ondas de 70 centímetros tenham sido registradas em algumas áreas costeiras do nordeste do país.
