A opositora venezuelana e vencedora do Nobel da Paz, María Corina Machado, afirmou que seu país já enfrenta uma invasão estrangeira. A declaração foi feita nesta quinta-feira (11/12) durante coletiva de imprensa em Oslo, capital da Noruega, onde ela se encontra após a cerimônia de premiação do Nobel.
“Venezuela já foi invadida”, disse Machado ao responder perguntas sobre uma possível intervenção militar dos Estados Unidos no país, em meio às tensões entre o governo de Nicolás Maduro e Washington.
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A líder opositora detalhou a presença de diversos grupos estrangeiros em território venezuelano durante seu pronunciamento ao lado do primeiro-ministro norueguês. “Temos agentes russos, temos agentes iranianos. Temos grupos terroristas como o Hezbollah e o Hamas operando livremente em conluio com o regime. Temos os gorilas colombianos, os cartéis de drogas que controlam mais de 60% da nossa população. E não se trata apenas de tráfico de drogas, mas também de tráfico humano”, explicou.
Machado caracterizou a Venezuela como o “antro do crime das Américas” e apontou que o regime de Maduro se sustenta por meio de atividades ilícitas. “O que sustenta o regime é um sistema de repressão muito poderoso e bem financiado. De onde vem esse dinheiro? Bem, do tráfico de drogas e do mercado negro de petróleo, do tráfico de armas, do tráfico humano. Precisamos cortar esses fluxos. E quando isso acontecer e a repressão enfraquecer, acabou, porque é a única coisa que resta ao regime: violência e terror”, afirmou.
A opositora chegou à Noruega na quarta-feira (10/12), fazendo sua primeira aparição pública em 11 meses. Ela está proibida de deixar a Venezuela pelo governo Maduro e tem vivido praticamente escondida durante o último ano.
Na cerimônia oficial realizada na quarta-feira, a filha de María Corina recebeu o Prêmio Nobel da Paz em nome da mãe. Durante sua estadia em Oslo, a premiada encontrou apoiadores no Grand Hotel da cidade.
Quanto ao seu retorno à Venezuela, Machado não revelou uma data específica. “Vim receber o prêmio em nome do povo venezuelano e o levarei de volta à Venezuela no momento oportuno. É claro que não direi quando será”, declarou aos repórteres presentes.
