Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou que as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia estão em fase avançada, apesar de impasses sobre territórios no leste ucraniano.
A declaração ocorreu neste domingo (28/12), após reunião com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Flórida. O encontro durou mais de duas horas e foi precedido por uma conversa telefônica entre Trump e Vladimir Putin.
Acompanhe tudo o que acontece no Brasil e no mundo: siga a TMC no WhatsApp
Durante coletiva de imprensa, o presidente americano disse que as tratativas progrediram significativamente, restando apenas “um ou dois pontos sensíveis” para resolução. A região de Donbas e garantias de segurança para a Ucrânia constituem os principais obstáculos nas negociações.
As conversas buscam encerrar o conflito iniciado em fevereiro de 2022, quando forças russas invadiram o território ucraniano. Trump declarou que tanto Moscou quanto Kiev desejam a paz, com participação europeia nos esforços para viabilizar um cessar-fogo.
O diálogo entre Trump e Zelensky acontece em momento decisivo das negociações diplomáticas. O líder ucraniano participou do encontro após semanas de intensas tratativas que também envolveram líderes europeus, que buscam assegurar compromissos de segurança para a Ucrânia no período pós-guerra.
Este encontro representa mais um capítulo na série de reuniões entre os dois presidentes em 2025. Em fevereiro, Trump e Zelensky já haviam se reunido na Casa Branca para discutir questões relacionadas ao conflito.
Leia Mais: Trump diz que Putin e Zelensky buscam acordo para fim da guerra
A disputa territorial permanece como principal obstáculo para a conclusão do acordo. A Ucrânia já concordou com diversos pontos do plano de paz proposto pelos Estados Unidos.
Na sexta-feira (26/12), Zelensky afirmou que o documento está 90% concluído, mas a definição sobre territórios a serem cedidos à Rússia continua sendo o ponto mais delicado.
A Rússia atualmente controla toda a Crimeia, anexada em 2014, além de aproximadamente 12% do território ucraniano, incluindo grande parte do Donbas e áreas das regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk.
Ainda não está definido como funcionaria na prática a zona econômica livre proposta pelos Estados Unidos caso a Ucrânia deixe a região de Donbas. Os detalhes sobre o controle compartilhado da usina nuclear de Zaporizhzhia sugerido pela Casa Branca também permanecem indefinidos.
Se um acordo for alcançado, a Ucrânia poderá ter que abandonar sua intenção de ingressar na Otan. A aliança militar reúne mais de 30 países, incluindo nações da Europa e os Estados Unidos. Autoridades ucranianas e líderes europeus temem que Trump aceite concessões excessivas à Rússia e deixe a Europa responsável pela reconstrução ucraniana.
Antes da reunião com Zelensky, Trump revelou ter mantido uma conversa telefônica “muito produtiva” com Putin, que durou pouco mais de uma hora. O presidente americano não forneceu detalhes sobre o conteúdo da ligação, mas indicou que deve falar novamente com o líder russo em breve.
Segundo informações divulgadas pelo Kremlin, Trump e Putin concordaram em não apoiar a proposta europeia de um cessar-fogo temporário antes de um acordo definitivo. Moscou também afirmou que a Ucrânia precisa tomar uma “decisão ousada” sobre os territórios em disputa.
Durante a coletiva, Trump afirmou que a Rússia deseja que a Ucrânia “seja bem-sucedida” e que contribuirá para a reconstrução do país após o término do conflito. E declarou que negociações estão em fase final.
“Estamos na fase final das negociações. Ou isso termina ou vai se prolongar por muito tempo e milhões de pessoas a mais vão morrer. Acho que podemos avançar rapidamente”, afirmou.
Zelensky agradeceu a mediação de Trump e informou que sua equipe tem trabalhado em um acordo de paz e em garantias de segurança. Quando questionado por jornalistas sobre possíveis concessões territoriais à Rússia, o presidente ucraniano evitou responder diretamente.
Em contraste com as perspectivas de acordo, Putin declarou no sábado (27/12) que continuará a guerra caso a Ucrânia não busque um acordo rápido.
