O presidente russo, Vladimir Putin, disse em uma entrevista publicada nesta quinta-feira (04/12) que a Rússia assumirá o controle total da região de Donbas, na Ucrânia, à força, a menos que as forças ucranianas se retirem, algo que Kiev rejeitou categoricamente.
Putin enviou dezenas de milhares de soldados para a Ucrânia em fevereiro de 2022, após oito anos de combates entre separatistas apoiados pela Rússia e tropas ucranianas em Donbas, que é composto pelas regiões de Donetsk e Luhansk.
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“Ou libertamos esses territórios pela força das armas ou as tropas ucranianas deixam esses territórios”, disse Putin ao jornal indiano “India Today” antes de uma visita a Nova Délhi, de acordo com um trecho exibido pela televisão estatal russa.
A Ucrânia afirma que não quer presentear a Rússia com seu próprio território, que Moscou não conseguiu conquistar no campo de batalha, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que Moscou não deve ser recompensada por uma guerra que iniciou.
Atualmente, a Rússia controla 19,2% da Ucrânia, incluindo a Crimeia, que anexou em 2014, toda a região de Luhansk, mais de 80% de Donetsk, cerca de 75% de Kherson e Zaporizhzhia, e partes das regiões de Kharkiv, Sumy, Mykolaiv e Dnipropetrovsk.
Cerca de 5 mil quilômetros quadrados de Donetsk permanecem sob controle ucraniano.
Em discussões com os Estados Unidos sobre o esboço de um possível acordo de paz para encerrar a guerra, a Rússia tem dito repetidamente que quer o controle de todo o Donbas – e que os EUA devem reconhecer informalmente o controle de Moscou.
Em 2022, a Rússia declarou que as regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia agora fazem parte da Rússia, após referendos que o Ocidente e Kiev consideraram uma farsa. A maioria dos países reconhece as regiões – e a Crimeia – como parte da Ucrânia.
Putin recebeu os enviados Steve Witkoff e Jared Kushner, dos EUA, no Kremlin na terça-feira, e disse que a Rússia havia aceitado algumas propostas americanas sobre a Ucrânia, e que as conversações deveriam continuar.
De acordo com a agência de notícias estatal russa RIA, Putin afirmou que sua reunião com Witkoff e Kushner foi “muito útil” e que havia sido baseada em propostas que ele e o presidente Donald Trump discutiram no Alasca em agosto.
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Por Reuters
