Diretor do Departamento Latino-Americano do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Shchetinin manifestou apreensão sobre o aumento das tensões envolvendo a Venezuela e suas possíveis repercussões para o hemisfério ocidental.
A declaração foi feita nesta quarta-feira (17/12) durante cerimônia em Moscou que marcou o 195º aniversário da morte de Simon Bolívar, herói nacional venezuelano.
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Durante o evento, Shchetinin dirigiu uma mensagem aos Estados Unidos, país que a Rússia considera responsável pela escalada de tensões. “Esperamos que o iniciador das tensões atuais, que estão se intensificando em torno da Venezuela, consiga evitar uma maior escalada para uma situação que poderia produzir consequências imprevisíveis para todo o Hemisfério Ocidental e evite cometer erros críticos”, afirmou o diplomata russo.
A cerimônia incluiu a deposição de coroa de flores no monumento a Simon Bolívar, figura histórica considerada libertador da Venezuela. O evento ocorre em um momento de crescente preocupação com a possibilidade de conflito na região caribenha.
Shchetinin também reafirmou o apoio de Moscou ao governo venezuelano.
“Neste dia, reafirmamos nossa solidariedade com o povo venezuelano diante dos tempos desafiadores que estão passando. Confirmamos nosso apoio às políticas do governo Nicolás Maduro, voltadas para a proteção dos interesses nacionais e da soberania da pátria. Honra e glória ao herói nacional da Venezuela e do continente americano, Simon Bolívar. Viva a amizade entre os povos da Rússia e da Venezuela”, declarou.
O presidente Maduro tem alertado que a Venezuela enfrenta ameaça de invasão por parte dos Estados Unidos. Segundo informações disponíveis, Washington acusa o país sul-americano de não combater adequadamente o contrabando de drogas.
A presença militar americana na região inclui um grupo de ataque naval no Mar do Caribe liderado pelo porta-aviões Gerald R. Ford, um submarino nuclear e contingente de mais de 16 mil militares.
Dados indicam que forças americanas destruíram aproximadamente 20 embarcações rápidas desde setembro, resultando em cerca de 80 mortes.
O interesse americano estaria relacionado às reservas petrolíferas venezuelanas, consideradas as maiores comprovadas do mundo, conforme alertas emitidos pelo governo de Caracas.
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