Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou que não hesitará em ordenar um ataque militar para “erradicar” qualquer tentativa do Irã de reconstruir seu arsenal nuclear. A declaração foi feita nesta segunda-feira (29/12) durante encontro com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no resort Mar-a-Lago, na Flórida.
“Espero que o Irã não esteja tentando se fortalecer, como tenho lido, acumulando armas e outras coisas“, disse o presidente americano. “Se estiverem mesmo, não teremos outra escolha senão erradicar esse acúmulo muito rapidamente. Sabemos exatamente para onde estão indo, o que estão fazendo.”
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O republicano reforçou a ameaça com tom direto: “Onde há fumaça, há fogo. Se eles estiverem [se fortalecendo], nós os derrubaremos.”
A postura de Trump surge após o presidente iraniano Masoud Pezeshkian afirmar no sábado (27/12) que seu país está em “guerra declarada” contra Estados Unidos, Europa e Israel. Pezeshkian também advertiu: “Se eles quiserem atacar, naturalmente enfrentarão uma resposta mais decisiva.”
O encontro entre Trump e Netanyahu ocorreu em um momento de tensões elevadas no Oriente Médio. Em junho, Israel e Irã travaram um conflito de 12 dias, iniciado por ataques israelenses a instalações militares e nucleares iranianas.
Durante a coletiva de imprensa, Trump também abordou seus planos para Gaza, afirmando que pretende acelerar a segunda fase do plano de paz para a região. O presidente americano destacou que a reconstrução deve começar “muito em breve”, mas condicionou o avanço ao desarmamento do Hamas.
“Muito rapidamente, o mais rápido possível, mas tem de haver um desarmamento. Temos de desarmar o Hamas”, afirmou Trump.
O plano para Gaza inclui a formação de um conselho de paz liderado por Trump e outros líderes mundiais para supervisionar a reconstrução e estabelecer um governo pós-guerra na região.
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Trump também defendeu o arquivamento dos processos de corrupção contra Netanyahu, indiciado em 2019 por receber presentes luxuosos. O presidente americano referiu-se ao premiê israelense como “primeiro-ministro em tempos de guerra” e minimizou as acusações: “Quem se importa com charutos e champanhe?”
O presidente americano chegou a elogiar a liderança de Netanyahu, declarando que sem ele Israel “talvez nem existisse agora”.
