O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vão se encontrar neste domingo (28/12) na Florida para discutir o plano de paz entre Ucrânia e Rússia. A reunião está marcada para as 13h00 no horário local e tem como objetivo avançar nas negociações do acordo que, segundo Kiev, está “90% pronto”.
O documento elaborado conjuntamente por Ucrânia e Estados Unidos contém atualmente 20 pontos, após redução dos 28 iniciais. De acordo com Zelensky, os 10% restantes referem-se principalmente a questões territoriais, com Moscou recusando-se a ceder os avanços conquistados na região do Donbass.
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“Não é fácil. Ninguém está dizendo que vamos chegar aos 100% já, mas, mesmo assim, temos de trazer o resultado desejado cada vez mais perto com cada encontro, com cada conversa”, afirmou o presidente ucraniano sobre o processo de negociação.
O encontro ocorre em um momento crítico do conflito, que já dura três anos. Na madrugada de sexta para sábado, a Rússia lançou um ataque massivo contra a capital ucraniana, utilizando mais de 500 drones e 40 mísseis. O bombardeio causou uma morte, deixou 19 pessoas feridas e privou mais de um milhão de ucranianos de eletricidade, justamente quando o país enfrenta temperaturas negativas.
Zelensky, que anteriormente rejeitava qualquer concessão territorial, agora admite a possibilidade de submeter a questão a um referendo caso a Rússia concorde com um cessar-fogo. A Constituição ucraniana determina que alterações nas fronteiras nacionais precisam ser aprovadas por consulta popular.
No sábado (27/12), o presidente russo Vladimir Putin declarou que se “Kiev não estiver disposto a resolver o assunto pacificamente, a Rússia vai alcançar todos os objetivos da operação militar especial [refere-se à guerra] usando meios militares”, segundo a agência estatal TASS.
Antes da reunião com Trump, Zelensky realizou um encontro virtual com líderes europeus para “coordenar os preparativos”. Em sua conta na rede social X, o presidente ucraniano informou que foram analisadas as “prioridades mais importantes” e o “progresso atual na via diplomática”.
“São necessárias posições firmes tanto na frente de batalha como na diplomacia para impedir Putin de manipular e evadir um fim real e justo para a guerra”, acrescentou.
O presidente francês reagiu aos recentes ataques russos destacando o “contraste” entre “a vontade da Ucrânia de construir uma paz duradoura e a determinação da Rússia em prolongar a guerra que iniciou”, conforme informações do Palácio do Eliseu.
Na mesma rede social, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também se pronunciou sobre a reunião, garantindo que “o apoio da UE à Ucrânia não vai vacilar”.
António Costa enumerou ainda “as recentes decisões” da União Europeia (UE) que “fortaleceram a Ucrânia”, ao garantir financiamento para as necessidades daquele país nos próximos dois anos, a “imobilização de ativos soberanos russos a longo prazo” e a prorrogação das sanções contra a Rússia “com novas medidas em curso, se necessário”.
