O senador Magno Malta (PL-ES) e a defesa da ex-deputada federal Carla Zambelli confirmaram que ela sofreu agressões de outras detentas no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma. Os episódios ocorreram antes da visita de parlamentares brasileiros à ex-deputada em setembro de 2025. A informação foi divulgada na segunda-feira (22) durante o Culto Grande Clamor pelo Brasil.
Zambelli está presa em Roma desde julho de 2025, após deixar o Brasil e seguir para a Europa. Ela cumpre pena de dez anos imposta pelo Supremo Tribunal Federal por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, crime cometido com a participação do hacker Walter Delgatti Neto.
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Inicialmente, o senador Magno Malta mencionou três episódios de agressão, mas posteriormente corrigiu a informação para dois incidentes em comunicação ao Estadão. Segundo a defesa da ex-parlamentar, não houve registro formal das agressões junto às autoridades italianas.
O advogado Fábio Pagnozzi, representante de Zambelli, explicou que após os incidentes e solicitações formais, a ex-deputada foi transferida para outra cela e andar da unidade prisional. “Não foi registrado. Acho que a Carla manteve isso internamente”, declarou o advogado.
A defesa atribuiu a instabilidade enfrentada por Zambelli na prisão à constante rotatividade de detentas na cela onde estava alojada. “A cela que ela estava mudava constantemente de detentas e algumas a estranhavam. Havia uma detenta que a protegia, pois era mais antiga, porém ela saiu e foi para outra penitenciária”, afirmou Pagnozzi.
Durante o evento religioso, Magno Malta disse: “Nós estamos aqui para orar por Carlos Zambelli. Entramos no maior presídio feminino do mundo para visitá-la. Perseguida política. Crime de opinião. Está lá. Ela já tinha apanhado três vezes de detentas quando nós fomos visitá-la. Quando ela nos viu, ela ficou congelada”.
Em setembro, uma comitiva de parlamentares brasileiros visitou a ex-deputada no presídio italiano. O grupo incluiu os senadores Magno Malta, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).
Não há detalhes sobre a gravidade das agressões sofridas por Zambelli. O senador indicou que não havia escoriações aparentes quando a comitiva a visitou. O Estadão tentou contato com o Departamento de Administração Penitenciária da Itália e o Ministério da Justiça italiano, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
Em nota, o senador Magno Malta justificou não ter se manifestado publicamente sobre o ocorrido anteriormente “porque a informação foi compartilhada de forma reservada, sem indícios de lesões físicas, e dentro de um contexto sensível, que envolvia sua situação jurídica e de custódia”.
