Às vésperas do Natal, a polarização se mantém e muitos brasileiros terão um feriado tenso por receio de discussões políticas, prevê o pesquisador Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Em entrevista ao programa TMC 360, o especialista também comentou sobre as eleições de 2026, apontando um grupo de indecisos que deve definir o resultado o pleito presidencial.
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“Nós temos pesquisas da Quest que mostram que as pessoas estão muito preocupadas em relação a discutir sobre política no Natal, na noite de Natal, no almoço de Natal. Tem medo que isso atrapalhe”, afirmou Nunes.
“O nível de polarização chegou em níveis altíssimos. Muita gente deixou de ir no Natal na casa do tio, da tia, para evitar esse assunto. E agora o que a gente percebe é que 21% dos brasileiros estão com medo, com receio de que algum debate sobre política acabe atrapalhando a ceia de Natal.”
Para Nunes, a eleição de 2026 será um embate entre “conjuntura e estrutura” do Brasil. E a aprovação do presidente Lula oscila entre estes dois campos.
“Mesmo com indicadores econômicos positivos, como queda do desemprego, inflação em desaceleração e crescimento do PIB, esses avanços não têm se refletido automaticamente em melhora da avaliação do presidente Lula. Segundo a análise de Felipe Nunes, CEO da Quaest, existe hoje um ‘cabo de guerra’ entre a conjuntura e a estrutura do país. Na conjuntura, os números mostram um cenário favorável ao governo, com resultados objetivos que, em outros momentos, costumavam se converter em capital político.”
Na outra ponta, mais conservadora, a direita deve levar vantagem.
“Já na dimensão estrutural, o Brasil se mostra mais conservador, mais tradicional e, em média, mais à direita em termos de valores. Esse eleitorado, mesmo reconhecendo que a economia vai bem, não concede facilmente o crédito ao governo porque sente que a visão de mundo do Planalto não dialoga com seus valores e expectativas. Assim, a avaliação política deixa de ser guiada apenas por dados objetivos e passa a ser atravessada por sentimentos, afetos e identidade.”
Na avaliação do CEO da Quaest, a eleição deve ser decidida por um grupo de empreendedores e liberais sociais.
“Vamos ter empreendedores individuais e liberais sociais sofrendo para tomar uma decisão sem saber para que lado vão, porque não estão 100% felizes com o governo e rejeitam muito o bolsonarismo. Ou seja, neste cenário, caminhamos para um jogo de polarização de novo.”
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