O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manifestou-se sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o ministro Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (12/12), o parlamentar afirmou receber a notícia “com pesar” e apontou a falta de unidade política no Brasil como fator para o desfecho.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro destacou em sua nota que a ausência de união política no país comprometeu as ações realizadas internacionalmente. “Lamentamos que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais”, declarou o deputado.
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A decisão impacta diretamente Eduardo Bolsonaro, que atuou como um dos principais articuladores das pressões internacionais contra o ministro do STF. O parlamentar liderou iniciativas nos EUA buscando a aplicação de sanções ao magistrado brasileiro.
O deputado federal intensificou sua agenda nos Estados Unidos desde 2024, com encontros com congressistas republicanos, representantes de organizações conservadoras e pessoas próximas ao presidente Donald Trump. Eduardo defendeu a inclusão de Moraes na lista de sancionados pela Lei Magnitsky durante essas reuniões.
As atividades do parlamentar em território norte-americano aconteceram principalmente em Washington e outras cidades americanas, onde buscou apoio para pressionar autoridades a adotarem medidas contra o ministro.
Em sua campanha internacional, Eduardo Bolsonaro afirmou que certas decisões de Alexandre de Moraes representariam violações a direitos fundamentais. O deputado mencionou as investigações sobre a tentativa de golpe em 2022, o bloqueio de perfis em plataformas digitais e processos contra aliados do bolsonarismo.
A Lei Magnitsky permite aos Estados Unidos impor sanções contra estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos. Quando Moraes foi incluído na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro americano, aliados do ex-presidente Bolsonaro viram a medida como um “alerta” à atuação do Judiciário brasileiro.
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No comunicado publicado após a decisão americana, Eduardo Bolsonaro expressou gratidão ao presidente dos EUA. “Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil”, disse o deputado. Ele acrescentou que espera que a decisão de Trump atenda aos interesses estratégicos americanos, “como é seu dever”.
Para finalizar sua manifestação, o deputado federal informou que continuará atuando “de maneira firme e resoluta” em busca do que chamou de “libertação do nosso país”, mesmo diante de “circunstâncias adversas”. “Que Deus abençoe a América, e que tenha misericórdia do povo brasileiro”, concluiu.
Veja a nota completa do parlamentar:
“NOTA PÚBLICA
Recebemos com pesar a notícia da mais recente decisão anunciada pelo governo americano. Somos gratos pelo apoio que o presidente Trump demonstrou ao longo dessa trajetória e pela atenção que dedicou à grave crise de liberdades que assola o Brasil.
Lamentamos que a sociedade brasileira, diante da janela de oportunidade que teve em mãos, não tenha conseguido construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais. A falta de coesão interna e o insuficiente apoio às iniciativas conduzidas no exterior contribuíram para o agravamento da situação atual.
Esperamos sinceramente que a decisão do Presidente [Donald Trump] seja bem-sucedida em defender os interesses estratégicos dos americanos, como é seu dever. Quanto a nós, continuaremos trabalhando, de maneira firme e resoluta, para encontrar um caminho que permita a libertação do nosso país, no tempo que for necessário e apesar das circunstâncias adversas.
Que Deus abençoe a América, e que tenha misericórdia do povo brasileiro.
Eduardo Bolsonaro
Paulo Figueiredo”
