Mais que aliados, quatro governadores são considerados verdadeiros herdeiros políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente neste sábado (22/11), para a corrida presidencial em 2026. Entre as manifestações mais aguardadas, está a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), principal cotado para assumir o espólio bolsonarista.
Horas após a prisão, Tarcísio usou as redes sociais para criticar a prisão. Na postagem, disse que o aliado é alvo de ataques e injustiças, além de destacar problemas de saúde do ex-presidente. O governador ainda reforçou o argumento da defesa de que Bolsonaro é inocente.
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“Bolsonaro é inocente e o tempo mostrará. Seguimos firmes ao seu lado e lutaremos para que essa injustiça seja reparada quanto antes”, escreveu Tarcísio.
Ratinho destaca saúde
Outro que está no páreo para se lançar ao Palácio do Planalto com a bênção de Bolsonaro é o governador do Paraná, Ratinho Junior. Tido como o mais discreto entre os quatro pré-candidatos da direita, levando em consideração Tarcísio, Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), o gestor ponderou sobre o quadro clínico do ex-presidente.
“O ex-presidente Bolsonaro, que já cumpria pena domiciliar, foi preso mesmo tendo apresentado laudos que comprovam sua saúde em estado crítico. Todos sabem que a saúde do ex-presidente não é boa desde que ele foi vítima de uma facada”, publicou Ratinho.
Zema: “Abuso de poder”
Entre todos os candidatos, o mais engajado com o discurso bolsonarista é o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Numa publicação firme, chamou a prisão de vergonhosa e citou “abuso de poder” da Justiça, sem citar o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na condenação de Bolsonaro.
“A injustiça prevaleceu. O Brasil viu hoje o que já sabíamos: afastaram Jair Bolsonaro do convívio da família, de forma arbitrária e vergonhosa para nossa história. Silenciar opositor não é Justiça, é abuso de poder. Divergência política não pode ser motivo para prisão”, afirmou Zema.
Outro nome forte para substituir Bolsonaro na próxima eleição presidencial é o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Diferente dos aliados, o político ainda não se manifestou, por meio das redes sociais, sobre a prisão de Bolsonaro.
Prisão preventiva
Bolsonaro está preso preventivamente, sem relação com a condenação por tentativa de golpe de Estado, por tentativa de fuga, conforme expôs a decisão de Moraes. O documento também narra que uma manifestação boslonarista, convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), facilitaria eventual evasão do ex-presidente.
A defesa de Bolsonaro afirmou que a prisão preventiva coloca a vida do político “em risco” e foi motivada por uma “vigília de orações”. Os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno classificaram a decisão como “profundamente perplexa”, citando que Bolsonaro estava em casa, monitorado por tornozeleira e sob vigilância policial.
Na petição, Moraes também citou a fuga da deputada Carla Zambelli (PL), presa na Itália e em processo de extradição para o Brasil, e as viagens dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL) e Alexandre Ramagem (PL). Este último não podia deixar o país, pois foi condenado na ação penal do golpe de Estado, assim como Bolsonaro.
