Em entrevista à TMC, o deputado federal Marcel van Hatten (Novo-RS) classificou a nova prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro como “abusiva”, “ilegal” e parte de um ciclo de “perseguição política”. Para ele, a decisão não tem relação com a vigília religiosa, mas sim com um “plano” que já estaria tomado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o parlamentar, o dia 22 de novembro seria um “fetiche antigo” do ministro e já havia sinais de que Bolsonaro seria preso. “É um dia muito triste para a democracia”, afirmou.
“É perseguição política. Só acontece com quem é de direita”
Van Hatten disse que vê “intuito claro de humilhação” contra o ex-presidente e atacou a atuação do STF. “Só quem sofre esse tipo de decisão do Alexandre de Moraes é quem está na direita. Corrupto ganha habeas corpus, condenação anulada e até dinheiro de volta”, afirmou à TMC.
Ele também se colocou como alvo do que chamou de “regime de exceção”. “Eu mesmo sou um dos perseguidos.”
Deputado defende anistia e diz que 8/1 beneficiou o governo
O parlamentar voltou a defender a anistia aos investigados do 8 de Janeiro. Ele reconheceu que parte dos envolvidos cometeu vandalismo, mas disse que “a maior parte” apenas participou de manifestação pacífica.
Van Hatten afirmou ainda que houve omissão – ou até incentivo – de setores ligados ao governo na invasão das sedes dos Três Poderes. Para ele, o episódio acabou favorecendo o presidente Lula. “O grande beneficiário do 8 de janeiro foi o próprio Lula, que pôde governar sem oposição nas ruas.”
Possível ida à PF e crítica ao “timing” da decisão
Questionado sobre uma mobilização presencial em apoio a Bolsonaro, Van Hatten disse que a oposição ainda não tem posição definida. Ele afirmou que líderes estão reunidos em Brasília e que só chegará à capital no início da noite.
Segundo o deputado, o horário da decisão não é coincidência: “É tudo pensado para impedir reação. Tomam decisão quando não há parlamentares em Brasília, quando não tem tribuna. É covardia.”
Possível aumento de tensão nas ruas
O deputado afirmou acreditar que haverá reação popular, mas negou que seja algo restrito ao bolsonarismo. “Eu sou do Novo e estou indignado. Não é questão de ser bolsonarista.”
Ele também disse que jornalistas estariam sendo perseguidos, citando casos de profissionais que deixaram o país. “Se fazem isso com o Bolsonaro, podem fazer com qualquer um.”
Van Hatten mira Senado e diz que país vive “ditadura do STF”
O parlamentar afirmou que as eleições de 2026 serão “as mais importantes da nossa vida” e confirmou ser pré-candidato ao Senado. Segundo ele, só uma nova composição da Casa poderia conter o Supremo.
“Vivemos uma ditadura do STF. A democracia está finada há algum tempo”, disse.
