O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu prazo de 15 dias para que a Polícia Federal realize perícia médica em Jair Bolsonaro. A determinação ocorreu após exame de ultrassonografia, realizado neste domingo (14/12), confirmar a presença de duas hérnias inguinais no ex-presidente.
Bolsonaro encontra-se detido na Superintendência da PF em Brasília desde 25 de novembro, cumprindo pena por condenação relacionada a acusações de liderar organização criminosa que teria planejado tentativa de golpe de Estado.
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O exame foi conduzido pela equipe médica do próprio ex-presidente nas dependências da Superintendência da Polícia Federal. A solicitação para realização do procedimento foi apresentada pelos advogados na quinta-feira (11/12) e recebeu autorização de Moraes no sábado (13/12).
A defesa de Bolsonaro reforçou o pedido ao STF para autorização de procedimento cirúrgico, considerado pelos médicos como o único tratamento definitivo para o quadro. O relatório médico apresentado ao Supremo na terça-feira indica que o ex-presidente sofre com dores e desconforto na região inguinal.
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“A equipe médica acaba de deixar a Superintendência da Polícia Federal após realizar exames de ultrassonografia no Pr. Jair Bolsonaro. Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, publicou um dos advogados da defesa em rede social.
Veja publicação:
Na petição enviada ao STF, os advogados argumentaram que o novo exame busca “suprir a atualidade dos exames […] e facilitar a pronta conclusão da perícia oficial, sem qualquer impacto no fluxo decisório estabelecido”.
O ministro Alexandre de Moraes questionou, em sua decisão, o fato de os exames anteriormente apresentados pela defesa terem sido realizados há mais de três meses. Agora, a Polícia Federal terá 15 dias para concluir a avaliação do quadro de saúde do ex-presidente.
O relatório médico destaca que Bolsonaro “nas últimas semanas tem se queixado de dores e desconforto na região inguinal, potencializados pelo aumento de pressão abdominal intermitente, causada pelas crises de soluços. Assim torna-se necessário o tratamento cirúrgico sob anestesia geral”.
A defesa atribuiu ao pedido “caráter de urgência” e indicou o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli para realizar o exame de ultrassom. Os advogados também alertaram que “o sintoma já levou o peticionante ao hospital por episódios de falta de ar e síncope, revelando risco real de descompensação súbita e hoje, conforme agora informando, exige intervenção cirúrgica”.
Ainda não há definição sobre quando o STF decidirá a respeito da autorização para a cirurgia solicitada pela defesa, nem sobre o local onde o procedimento seria realizado caso aprovado. Os advogados acrescentaram que “houve novas intercorrências médicas que demandam a pronta atenção” do STF ao estado de saúde do ex-presidente.
