O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) apenas considera a possibilidade de renunciar ao seu mandato caso consiga obter asilo político nos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15/12) pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), durante almoço com jornalistas em Brasília. Segundo Cavalcante, mesmo com a iminente votação do processo de cassação no plenário da Casa, o parlamentar não pretende deixar o cargo nos próximos dias.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou na semana passada que levará à votação em plenário, ainda esta semana, o processo sobre a perda de mandato do deputado fluminense. A medida ocorre após a condenação de Ramagem por tentativa de golpe, em processo que já transitou em julgado.
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Sóstenes Cavalcante afirmou que Ramagem manifestou interesse em renunciar apenas em 2026, e somente se seu pedido de asilo político nos Estados Unidos for aprovado. “Ramagem disse que considera renunciar no ano que vem caso seja bem sucedido no seu pedido de asilo político”, declarou o líder do PL.
A bancada do partido acredita ter votos suficientes para barrar a cassação do deputado, repetindo o que ocorreu no caso da deputada Carla Zambelli. No entanto, o PL reconhece que, mesmo mantendo o mandato na votação da Câmara, existe a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidar posteriormente essa decisão.
A condenação de Ramagem por envolvimento em tentativa de golpe já não permite mais recursos na esfera judicial, pois o caso transitou em julgado. Como estratégia, o PL tenta adiar a votação do processo no plenário, buscando que o caso seja primeiro analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
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“Espero que Hugo Motta possa rever e não paute a cassação nesta semana”, disse Cavalcante durante o encontro com jornalistas.
Não há informações sobre o atual estágio do pedido de asilo político de Ramagem nos Estados Unidos. Caso o processo seja pautado conforme anunciado por Motta, a votação sobre a cassação do mandato deverá ocorrer nos próximos dias no plenário da Câmara dos Deputados.
