O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que telefonou para a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, para discutir a resistência do país europeu à assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia. A declaração do chefe do Executivo brasileiro foi dada em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (18/12).
O futuro do acordo deve ser decidido ainda hoje, em votação na Comissão Europeia, em Bruxelas, onde líderes dos países do bloco se reúnem para deliberarem a proposta. Sob pressão dos agricultores locais, Itália e França são os principais entraves do acordo.
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Segundo Lula, a primeira-ministra italiana se colocou favorável ao acordo, mas pediu mais tempo para “convencer os agricultores locais”. O presidente brasileiro informou que ela cobrou entre uma semana e um mês para pacificar o tema no país.
“Na conversa com a primeira-ministra Meloni, ela ponderou, para mim, que ela não é contra o acordo. Ela apenas está vivendo certo embaraço político por conta dos agricultores italianos, mas que ela tem certeza de que é capaz de convencê-los a aceitarem o acordo. Ela, então, pediu para mim que, se a gente tiver paciência de uma semana, 10 dias, de, no máximo, um mês, a Itália estará com o acordo”, descreveu Lula aos jornalistas.
O presidente ainda destacou que levará a demanda aos demais membros do Mercosul, responsáveis se aceitam ou não estender o prazo pedido por Meloni. Se aprovado pela Comissão Europeia, o acordo deve ser assinado neste sábado (20/12).
Protestos em Bruxelas
Em Bruxelas, agricultores protagonizam protestos contra a votação. Eles acreditam que o acordo pode prejudicar a produção local, visto que as regras ambientais europeias são mais rígidas que as sul-americanas, o que reduziria a competitividade deles. Lula, porém, minimizou tal impacto.
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“A França não tem muito a perder por causa da agricultura brasileira, até porque eles produzem uma coisa, e eles produzem outra. Se nós tivermos capacidade de produzir carnes de boi, de porco, paciência. O francês tem o direito de escolher o que é melhor para ele”, prosseguiu Lula.
