A cada 3 segundos, alguém no mundo desenvolve demência. São mais de 10 milhões de novos casos de demência por ano em todo o mundo, de acordo com a Alzheimer’s Disease International. Em 2020, havia mais de 55 milhões de pessoas vivendo com demência em todo o mundo, o que pode desencadear na Doença de Alzheimer (DA).
A expectativa é que esse número dobre a cada 20 anos, chegando a 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050. Apesar de uma projeção de alta da doença, um novo estudo conseguiu identificar a causa da perda de “memória social” em pacientes com esse diagnóstico.
Vale lembrar que a causa da DA é desconhecida, mas muito possivelmente ligada a uma predisposição genética. No entanto, um estudo do Departamento de Neurociências da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, investigou a perda da memória cognitiva social, que prejudica a capacidade dos pacientes com doença de Alzheimer de reconhecer familiares, amigos e cuidadores.
O que o estudo descobriu sobre a doença de Alzheimer?
Os pesquisadores investigaram o papel das redes perineuronais (RPNs), camadas externas dos neurônios do hipocampo, uma região do cérebro responsável pela formação, organização e armazenamento de novas memórias, especialmente aquelas como eventos e fatos.
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O estudo, feito com camundongos, identificou que aqueles com DA tinham uma deterioração dessa estrutura, as RPNs, que funcionam como uma espécie de proteção aos neurotransmissores do hipocampo. Essa condição pode ser uma disfunção genética ou enzimática.
Os especialistas também observaram que, em casos de forte presença de enzimas que ajudam a renovar as células (metaloproteinases da matriz, ou MMPs), o efeito pode deixar os neurônios da memória mais sensíveis ao quebrar a proteção construída pelas RPNs. Por outro lado, a inibição crônica das MMPs preserva as RPNs da região e retarda o comprometimento da memória social.
Dessa forma, eles conseguiram concluir que os déficits de memória social associados à doença de Alzheimer são causados pela perda das redes perineuronais (PNNs) na região do hipocampo, mas podem ser agravadas caso haja forte presença da enzima de remodelação. Isso sugere um possível tratamento buscando a inibição da atividade dessa enzima.
O que é a doença de Alzheimer?

Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória. Dessa forma, pacientes com esse diagnóstico possuem comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas e alterações comportamentais.
A doença compromete o sistema quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Como consequência, há a perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo e o córtex cerebral.
Essas estruturas controlam, respectivamente, a memória e o campo da linguagem, raciocínio, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade. Porém, vale lembrar que as projeções de aumento da doença no mundo também se relacionam ao crescimento da expectativa de vida nos países e a qualidade de vida e estrutura oferecida para a população idosa.
