Mesmo após a explosão do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, lançando do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), a empresa responsável pelo projeto já fala em futuro. Em carta divulgada nesta terça-feira (23/12), o CEO da InnoSpace, Kim Soo-jong, pediu desculpas pelo fracasso da missão, mas anunciou que a companhia pretende realizar novos lançamentos comerciais no primeiro semestre de 2026.
Explosão virou laboratório de dados
O foguete decolou às 22h13 da última segunda-feira (22/12) e explodiu poucos segundos depois, após a identificação de uma “anomalia” durante o voo. A missão não era tripulada e tinha como objetivo colocar em órbita equipamentos voltados à coleta de dados ambientais, testes de comunicação e validação de tecnologias de navegação.
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Segundo Kim, cerca de 30 segundos após a decolagem, a empresa detectou uma falha e acionou o protocolo de segurança, direcionando a queda do veículo para dentro da área previamente delimitada. Não houve danos a pessoas, embarcações ou estruturas fora da base.
Apesar do insucesso, o executivo destacou que a missão permitiu a coleta de dados reais de voo, considerados essenciais para aprimorar o projeto. A InnoSpace comparou o episódio a falhas iniciais enfrentadas por empresas como a SpaceX, que evoluíram após sucessivos testes.
A carta aos acionistas afirma que a empresa já iniciou análises técnicas detalhadas e correções no sistema do foguete. A expectativa é aumentar a maturidade tecnológica e elevar a taxa de sucesso nas próximas tentativas.
Embora o comunicado não confirme oficialmente o local dos próximos lançamentos, a Agência Espacial Brasileira (AEB) informou que a InnoSpace mantém acordo com o governo brasileiro. O contrato prevê troca de conhecimento e desenvolvimento do programa espacial nacional, sem lucro direto para o Brasil.
O HANBIT-Nano entrou para a história como o primeiro foguete comercial lançado a partir do Brasil, mesmo com o desfecho inesperado. Agora, a aposta da empresa é transformar a explosão em aprendizado — e tentar novamente.
