Pesquisadores da Universidade Nacional de Pusan identificaram que aparelhos domésticos comuns como torradeiras, fritadeiras elétricas e secadores de cabelo liberam partículas ultrafinas (UFPs) potencialmente nocivas à saúde. O estudo foi realizado em meados de 2025 na Coreia do Sul. A pesquisa associa estas partículas a doenças como asma, problemas cardiovasculares, hipertensão, diabetes e câncer.
A equipe sul-coreana realizou testes com diversos eletrodomésticos e verificou que a maioria emite quantidades expressivas de UFPs. Uma torradeira automática, por exemplo, liberou cerca de 1,73 trilhão de partículas ultrafinas por minuto, mesmo sem estar tostando pão.
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Os cientistas identificaram que as bobinas de aquecimento elétrico e os motores CC com escovas, componentes frequentes nestes aparelhos, são os principais responsáveis pela liberação destas partículas no ambiente doméstico.
A investigação mostrou diferenças entre tecnologias similares. Secadores de cabelo sem escovas, por exemplo, produzem de 10 a 100 vezes menos partículas que modelos equipados com motores internos convencionais.
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As UFPs representam risco devido ao seu tamanho diminuto, que permite sua entrada pelo nariz até os pulmões. Crianças apresentam maior vulnerabilidade a estes poluentes por possuírem vias aéreas menores que os adultos.
O estudo também detectou a presença de metais pesados nos materiais emitidos pelos eletrodomésticos, incluindo cobre, ferro, alumínio, prata e titânio.
Os resultados foram publicados em setembro na revista Journal of Hazardous Materials, publicação científica especializada em materiais perigosos.
“Nosso estudo enfatiza a necessidade de um design de eletrodomésticos que leve em consideração as emissões e de diretrizes de qualidade do ar interno específicas para cada faixa etária”, afirma o coautor do artigo, Changhyuk Kim, em comunicado.
Os pesquisadores destacam a importância de adequar a segurança dos aparelhos domésticos, considerando sua presença constante no cotidiano. “Compreender a origem dos poluentes ajuda a desenvolver medidas preventivas e políticas para manter uma qualidade saudável do ar interior”, declarou o especialista.
