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Racismo ambiental evidencia que países pobres e periferias sofrem mais com eventos extremos

Eventos extremos, falta de financiamento e desigualdade ambiental ampliam o risco para países pobres e populações vulneráveis

As mudanças climáticas não discriminam, mas isso não significa que todos os países sintam seus efeitos da mesma forma. Um levantamento publicado na Nature aponta que todas as cidades do mundo serão impactadas por eventos climáticos extremos até 2050.

Há algumas semanas, um tornado deixou seis mortos e 700 feridos no Paraná. Em 2024, os deslizamentos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul resultaram em 183 mortes.

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Nos Estados Unidos, Brasil e Austrália, queimadas destruíram extensas áreas de florestas e biomas naturais, como o Pantanal e o Cerrado. Além disso, ondas de calor provocaram mortes e problemas de saúde em diversos países da Europa.

Quais países são mais afetados pelas mudanças climáticas?

Pesquisadores da Columbia Climate School, com apoio da Fundação Rockefeller, lançaram um índice que cruza o nível de vulnerabilidade de 188 países a riscos naturais e humanos com a capacidade de cada um acessar financiamento para prevenção, recuperação e adaptação. Mais de 2 bilhões de pessoas vivem em países considerados de “zona vermelha”.

Leia mais: 114 países entregaram as revisões das metas climáticas para Acordo de Paris

Chamado de Índice de Vulnerabilidade ao Financiamento Climático (CliF), o estudo classifica 65 países nessa zona, onde o risco climático é alto e o acesso a recursos financeiros é limitado. Cerca de dois terços dessas nações estão na África, muitas com populações em rápido crescimento. Entre os 43 países mais afetados estão Angola, Sudão, Malawi e Zâmbia.

Mais de 2 bilhões de pessoas vivem nesses territórios. Seis países da Ásia-Pacífico aparecem na lista: Bangladesh, Nepal, Paquistão, Mianmar, Sri Lanka e Kiribati.

Na América Latina e Caribe, oito países estão entre os mais vulneráveis: Belize, Bolívia, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras e Venezuela. A Europa tem dois países classificados como de alto risco: Ucrânia e Chipre.

O relatório indica que, sem ações eficazes, o mundo pode enfrentar 14,5 milhões de mortes e perdas econômicas de US$ 12,5 trilhões até 2050. O déficit anual de financiamento para adaptação climática pode chegar a US$ 387 bilhões, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

O índice também aponta os países com melhores condições de resposta à crise climática. Oito dos dez mais bem posicionados são membros da OCDE, como Japão, Dinamarca, Suécia e Estados Unidos. A China aparece entre os dez primeiros em todos os cenários. Tailândia e Emirados Árabes Unidos também se destacam em situações específicas.

Leia mais: COP30: segunda semana se inicia com apelos por ação imediata contra crise climática

O que é racismo ambiental?

Os impactos climáticos deixaram de ser uma previsão para o futuro e se tornaram uma realidade que afeta a economia, a saúde pública e a vida social. Nos últimos anos, o termo racismo ambiental ganhou destaque nas análises sobre clima e desigualdade.

Segundo levantamento do Instituto de Referência Negra Peregum, os efeitos da crise climática não são distribuídos de forma igualitária.

Leia mais: COP30 pode ser ponto de virada histórica na política global para os oceanos com “pacote azul”

Regiões periféricas — como favelas e comunidades tradicionais — já convivem com problemas históricos, como falta de saneamento básico, e acabam sendo também as mais atingidas por eventos extremos. Isso ocorre, em grande parte, porque essas populações vivem em áreas mais vulneráveis a enchentes, deslizamentos e contaminação ambiental.

“As mudanças climáticas vão atingir a todos, mas já estão impactando as vidas de muitas pessoas vulneráveis”, aponta o estudo.

O texto também relembra desastres como Mariana e Brumadinho. Em Mariana, 84% da população atingida era negra ou parda.

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