O ministro Alexandre de Moraes determinou que Augusto Heleno passe por uma avaliação médica conduzida por especialistas da Polícia Federal. A medida busca verificar de forma independente o quadro de demência mista mencionado pela defesa do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, condenado a 21 anos de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
A decisão foi tomada porque Heleno e seus advogados apresentaram versões diferentes sobre a evolução da doença, que seria uma combinação de Alzheimer e comprometimento vascular. Em um depoimento prestado à PF na quarta-feira (26/11), o general afirmou conviver com sintomas de Alzheimer desde 2018. Já um documento encaminhado pela defesa ao Supremo no sábado (29/11) afirma que o diagnóstico só teria sido confirmado no início de 2025, após exames realizados ao longo do ano anterior.
Para esclarecer a divergência, Moraes solicitou a produção de um laudo completo em até 15 dias. O exame deverá reunir histórico clínico detalhado, avaliações neurológicas e neuropsicológicas, testes laboratoriais e, se necessário, exames de imagem, como ressonância magnética ou PET scan.
Condenação e pedido de mudança no regime de prisão
Desde terça-feira (25/11), quando a condenação de Heleno se tornou definitiva, o criminoso cumpre pena em uma sala do Comando Militar do Planalto, em Brasília. A defesa tenta substituir a prisão por regime domiciliar, alegando idade avançada e problemas de saúde. O pedido conta com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República, mas ainda aguarda decisão do Supremo.
Moraes também exigiu que a defesa esclareça se algum indício da doença já havia sido comunicado oficialmente quando Heleno ocupava o cargo de ministro do GSI, entre 2019 e 2022. Os advogados negam essa possibilidade e afirmam que, naquele período, não havia confirmação médica sobre qualquer quadro demencial.
