A Justiça de Ribeirão Preto decidiu que o médico Luiz Antonio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, irão à júri popular pela morte da professora de pilates Larissa Rodrigues, envenenada com chumbinho após um processo considerado “progressivo, cruel e dissimulado”. A decisão também manteve as prisões preventivas dos dois.
Réus vão responder por homicídio qualificado e feminicídio
Segundo a sentença de pronúncia, Garnica e Elizabete responderão por homicídio qualificado por motivo torpe e feminicídio, agravado por uso de veneno e recurso que impediu defesa. O médico ainda é acusado de fraude processual, já que teria alterado a cena do crime antes da chegada dos socorristas.
De acordo com o Ministério Público, Larissa, de 37 anos, começou a ser envenenada no início de março, pouco depois de descobrir a traição do marido. A Promotoria afirma que mãe e filho administraram doses diárias de veneno, inclusive em sopas preparadas por Elizabete, para simular uma intoxicação crônica e encobrir o crime.
A motivação, segundo o MP, seria evitar a divisão de bens em um possível divórcio. Ambos enfrentavam dívidas e queriam manter o patrimônio do médico, especialmente um apartamento financiado em conjunto com Larissa.
A defesa de Elizabete afirmou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça por considerar a decisão “descabida” e baseada apenas em indícios. A defesa de Garnica ainda não se manifestou.
A investigação ainda aponta que Garnica apagou conversas, pesquisou como “driblar a polícia” e encenou emoção durante o socorro. O juiz responsável pelo caso afirmou que, soltos, os réus poderiam fugir e comprometer o andamento do processo. A data do júri ainda não foi marcada.
