O papa Leão 14 afirmou em um sermão na véspera de Natal, na noite desta quarta-feira (24/12), que a história de Jesus ter nascido em um estábulo, por não haver lugar em hospedaria, deve lembrar aos cristãos que recusar-se a ajudar os pobres e os estrangeiros hoje é o mesmo que rejeitar o próprio Deus.
Leão, que fez do cuidado com os imigrantes e os pobres temas centrais de seu papado, disse que o nascimento de Jesus mostrou a presença de Deus em cada pessoa, enquanto o pontífice conduzia os 1,4 bilhão de católicos do mundo ao Natal em uma missa na Basílica de São Pedro.
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“Na Terra, não há lugar para Deus se não houver lugar para o ser humano. Recusar um é recusar o outro”, disse o papa durante a cerimônia solene, com a presença de cerca de 6.000 pessoas dentro da basílica.
Leão, o primeiro papa nascido nos Estados Unidos, está celebrando seu primeiro Natal após ter sido eleito em maio pelos cardeais do mundo para suceder o falecido papa Francisco.
O papa, que criticou a divisiva repressão aos imigrantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou uma frase do falecido Papa Bento XVI lamentando que o mundo não se importe com as crianças, os pobres ou os estrangeiros.
“Enquanto uma economia distorcida nos leva a tratar os seres humanos como meras mercadorias, Deus se torna como nós, revelando a dignidade infinita de cada pessoa”, disse Leão.
“Onde há espaço para a pessoa humana, há espaço para Deus”, disse ele. “Até mesmo um estábulo pode se tornar mais sagrado do que um templo.”
Fora da basílica, cerca de 5.000 pessoas assistiram à missa em telas na Praça de São Pedro, segurando guarda-chuvas e vestindo capas de chuva sob uma forte chuva em Roma.
Leão, de 70 anos, saiu para cumprimentá-las antes do início da missa. “Admiro, respeito e agradeço a coragem de vocês e o desejo de estar aqui esta noite”, disse ele, “mesmo com este tempo”.
Nesta quinta-feira (25/12), o papa celebrará a missa do dia de Natal e transmitirá a mensagem e bênção semestral “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo).
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Por Reuters
