Neste domingo (07/12), cidadãos de Hong Kong votam para eleger representantes ao Conselho Legislativo, onde apenas candidatos classificados como “patriotas” pelo governo apoiado pela China podem concorrer às 90 cadeiras parlamentares.
A votação acontece enquanto a região ainda enfrenta o impacto do incêndio que matou 159 pessoas no final de novembro, considerado o mais grave dos últimos 80 anos na cidade.
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O processo eleitoral ocorre sob forte esquema de segurança, com cerca de 100 policiais patrulhando a área afetada pela tragédia na manhã deste domingo. O incêndio, que começou em 26 de novembro no conjunto habitacional Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, ao norte de Hong Kong, levou aproximadamente dois dias para ser completamente extinto.
Autoridades locais trabalham para evitar manifestações públicas de insatisfação relacionadas à tragédia. O gabinete de segurança nacional de Pequim em Hong Kong declarou que reprimirá qualquer manifestação “anti-China” vinculada ao incêndio e alertou contra o uso do desastre para “desestabilizar Hong Kong”.
Um morador idoso identificado apenas como Cheng, que vive próximo aos edifícios carbonizados, expressou sua indignação:
“Estou muito chateado com o grande incêndio. Isso é resultado de um governo falho”.
O incêndio consumiu sete torres do complexo residencial e representa um desafio para o controle que Pequim mantém sobre a ex-colônia britânica, especialmente após as mudanças implementadas com a lei de segurança nacional que sucedeu os protestos pró-democracia de 2019.
Em reunião realizada no sábado (06/12), autoridades advertiram veículos de comunicação estrangeiros para não divulgarem “informações falsas” nem “difamem” os esforços do governo no tratamento da catástrofe.
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Após o encerramento da votação, previsto para a meia-noite, as autoridades planejam desocupar a área do memorial improvisado próximo ao conjunto residencial atingido pelo fogo.
