Ao Vivo TMC
Ao Vivo TMC
InícioPolíticaMarco temporal: STF analisa constitucionalidade após aprovação no Senado

Marco temporal: STF analisa constitucionalidade após aprovação no Senado

Supremo retoma julgamento de ações que contestam lei para demarcação de terras indígenas enquanto Legislativo avança com PEC sobre o mesmo tema

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento das ações que contestam a lei do marco temporal para demarcação de terras indígenas nesta segunda-feira (15/12). A análise ocorre em meio a um embate institucional com o Congresso Nacional, que recentemente aprovou proposta para incluir o mecanismo na Constituição.

Em sessão virtual que se estenderá até 18 de dezembro, o ministro Gilmar Mendes, relator dos processos, apresentará seu voto sobre a constitucionalidade da norma. Os demais integrantes da Corte também registrarão seus posicionamentos na plataforma online do tribunal.

Acompanhe tudo o que acontece no Brasil e no mundo: siga a TMC no WhatsApp

O julgamento teve início na quarta-feira (10/12) e pode ser interrompido caso haja pedidos de mais tempo para análise ou transferência para o plenário físico.

O marco temporal utiliza a data de promulgação da Constituição (5 de outubro de 1988) como parâmetro para determinar se comunidades indígenas têm direito a reivindicar determinadas áreas. Os povos originários se opõem a esse critério, argumentando que ele não considera adequadamente suas relações históricas com os territórios.

Na última terça-feira (09/12), o Senado aprovou em dois turnos uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui expressamente o marco temporal como critério para demarcação. O texto seguirá para análise da Câmara dos Deputados, que também precisará aprová-lo em duas votações.

Caso a proposta seja aprovada pelos deputados, será promulgada diretamente pelo Congresso Nacional, sem necessidade de sanção ou veto do presidente Lula.

O embate entre o STF e o Legislativo sobre o tema se intensificou desde 2023, quando a Corte considerou inconstitucional a aplicação do marco temporal. Em resposta, o Congresso aprovou uma lei estabelecendo o critério. O presidente Lula chegou a vetar trechos da legislação, mas os vetos foram derrubados pelos parlamentares ainda no ano passado.

Atualmente, quatro ações questionam a lei do marco temporal aprovada em 2023. As contestações foram apresentadas por partidos políticos, organizações ambientalistas, associações indígenas e de produtores rurais.

Os desdobramentos deste conflito institucional devem ocorrer em duas frentes paralelas: o STF continuará analisando a validade da lei atual, enquanto a proposta de emenda constitucional segue seu trâmite no Legislativo.

MAIS LIDAS

Notícias que importam para você

Bolívia escolhe presidente de direita com candidatos pró-EUA e pragmáticos com Brasil

Bolívia escolhe presidente de direita com candidatos pró-EUA e pragmáticos com Brasil

Pela primeira vez em 20 anos, a esquerda ficou fora do segundo turno na Bolívia, consequência de crise econômica e inflação galopante
Imagem mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro em audiência do julgamento da tentativa de golpe. Ele aparece no primeiro plano, com uma sombra que deixa apenas a silhueta do rosto dele. Atrás aparecem cadeiras da audiência.

STF publica condenação de Bolsonaro e avança mais uma etapa para pena de 27 anos

Após publicação do texto final do julgamento, prazo para defesa apresentar recursos que questionam eventuais omissões e contradições
Ministro da Justiça Ricardo Lewandowski durante a abertura do II Fórum Global sobre Violência Domestica e Subtração Internacional de Crianças, em Fortaleza (CE)

“Nenhum pedido do governador Cláudio Castro até agora foi negado”, diz Lewandowski sobre acusação de recusar ajuda

Ministro da Justiça diz que governo federal tem atendido todos os pedidos do estado e cita transferências de líderes de facções para presídios federais
Imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o interrogatório dele no STF no processo que apura tentativa de golpe de estado

No último dia do prazo, defesa de Bolsonaro pede ao STF redução da pena por tentativa de golpe

No documento, os advogados afirmam que houve cerceamento de defesa, falhas no cálculo das penas e uso de uma delação “viciada e contraditória” do tenente-coronel Mauro Cid