O Brasil registrou uma queda de 13% nas mortes por Aids entre 2023 e 2024, chegando a 9,1 mil óbitos — o menor número em 32 anos — segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (02/12). O resultado reflete avanços em prevenção, diagnóstico e tratamentos que tornam o HIV indetectável e intransmissível.
SUS vira peça-chave na queda de mortes e na eliminação da transmissão vertical
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o país atingiu pela primeira vez a eliminação da transmissão vertical, que é quando o vírus passa da mãe para o bebê, ao manter a taxa abaixo de 2% (02/12). O Brasil também bateu metas internacionais da OMS ao registrar menos de 0,5 caso por mil nascidos vivos e alcançar mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem e tratamento para gestantes.
Além dos óbitos, o número de novos casos de aids também caiu 1,5% no último ano, passando de 37,5 mil para 36,9 mil. No recorte materno-infantil, houve queda de 7,9% entre gestantes com HIV e de 4,2% no total de crianças expostas ao vírus. A melhoria no pré-natal reduziu em 54% o início tardio da profilaxia neonatal.
O pacote de prevenção combinada, que inclui preservativos, PrEP e PEP, ganhou força. O uso da PrEP cresceu mais de 150% desde 2023 e hoje 140 mil pessoas fazem o tratamento diário, o que ampliou testagem e reduziu novas infecções. No diagnóstico, a oferta de exames aumentou com 6,5 milhões de duo testes e 780 mil autotestes distribuídos.
No tratamento, o SUS ampliou o uso do comprimido único com lamivudina e dolutegravir, hoje utilizado por 225 mil pessoas. A combinação facilita a adesão e melhora a qualidade de vida. Com isso, o Brasil já cumpriu duas das três metas globais 95-95-95 para HIV e avançou no último indicador.
