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Líder do golpe em Madagascar diz que será empossado como presidente

O coronel Michael Randrianirina anunciou que tomará posse “em breve” como presidente interino de Madagascar, após liderar o golpe que destituiu Andry Rajoelina.

O novo governante militar de Madagascar, Michael Randrianirina, afirmou nesta quarta-feira (15) que tomará posse “em breve” como presidente interino do país, após o golpe militar que depôs o ex-presidente Andry Rajoelina no último fim de semana.

Durante uma coletiva de imprensa, Randrianirina declarou que as Forças Armadas tomaram o poder e dissolveram todas as instituições, com exceção da Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento.

“Seremos empossados em breve. Assumimos a responsabilidade ontem”, afirmou o coronel, confirmando que o Supremo Tribunal Constitucional o convidou oficialmente para exercer a função de presidente interino.

Fontes próximas ao militar disseram à Reuters que a posse deve ocorrer nos próximos dias, marcando o início de uma transição militar que poderá durar até dois anos.

Governo de transição e promessa de eleições

Randrianirina afirmou que o país será administrado por um comitê liderado pelos militares, que atuará ao lado de um governo de transição civil. O plano prevê eleições gerais dentro de até 24 meses, embora críticos temam o prolongamento do controle militar.

O coronel destacou que o objetivo da junta é “restaurar a ordem, proteger o povo e reconstruir a nação”, em meio à crise política e econômica que se agravou sob o governo de Rajoelina.

Colapso do governo e apoio das forças de segurança

O golpe ganhou força depois que a maioria das forças de segurança desertou, incluindo a gendarmeria nacional, a polícia e a unidade de elite Capsat, comandada pelo próprio Randrianirina.

A unidade Capsat já havia desempenhado papel decisivo no golpe de 2009, que levou Rajoelina — então um jovem DJ de 34 anos — ao poder. Na semana passada, Randrianirina rompeu com o presidente, ordenando que os soldados não disparassem contra manifestantes que pediam sua renúncia.

Com o colapso da base militar e política, o Parlamento votou pela destituição de Rajoelina, que fugiu de Madagascar a bordo de um avião militar francês no domingo. Segundo fontes diplomáticas, ele estaria atualmente em Dubai.

Crise política e econômica

O golpe acontece em um país marcado por instabilidade crônica e pobreza extrema.
Com 30 milhões de habitantes, Madagascar tem uma idade média inferior a 20 anos e enfrenta altas taxas de desemprego e desnutrição.

Desde a independência, em 1960, o PIB per capita caiu cerca de 45%, segundo o Banco Mundial, e três quartos da população vivem abaixo da linha da pobreza.

Rajoelina, que chegou ao poder prometendo crescimento e combate à corrupção, não conseguiu cumprir as promessas. Sua popularidade despencou, especialmente entre os jovens da chamada Geração Z, que protagonizaram os protestos exigindo sua saída.

Leia mais: Crise em Madagascar: militares dissidentes declaram controle das Forças Armadas e desafiam governo Rajoelina

Repercussão internacional

Governos africanos vizinhos e organizações regionais como a União Africana (UA) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ainda não reconheceram oficialmente o novo governo.
Diplomatas consultados pela Reuters afirmam que a transição militar poderá isolar o país e suspender acordos de cooperação econômica internacionais, agravando a crise.

Enquanto isso, a população malgaxe permanece dividida: parte celebra a queda de Rajoelina, enquanto outros temem o retorno de um governo autoritário semelhante ao que dominou Madagascar após o golpe de 2009.

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